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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Anarquismo individualista e coletivista

         O anarquismo individualista (ou anarcoindividualismo) é uma tradição filosófica do anarquismo com ênfase no indivíduo, e sua vontade, argumentando que cada um é seu próprio mestre, interagindo com os outros através de uma associação voluntária. O anarquismo individualista refere-se a algumas tradições de pensamento dentro do movimento anarquista que priorizam o indivíduo sobre todo tipo de determinação externa, que ele é um fim em si mesmo e não um meio para uma causa, incluindo grupos, "bem-comum", sociedade, tradições e sistemas ideológicos.          O anarquismo coletivista defende a abolição tanto do Estado como da propriedade privada dos meios de produção.          A propriedade dos meios de produção, distribuição e troca devem ser socializadas, administradas coletivamente pelos próprios trabalhadores reunidos em pequenas associações por afinidade onde cada um deles produz segundo a sua vontade (ou segundo o acordado) e cada um deve receber o produto íntegro d

Anarquismo

     O termo "anarquismo" significa "ausência de governo". Representa o estado da sociedade ideal em que o bem comum resultaria da coerente conjugação dos interesses de cada um. A anarquia é contra a divisão em classes e por consequência é contra toda a espécie de opressão de uns sobre os outros.    Vulgarmente é entendida como a situação política em que a constituição, o direito e as leis deixam de ter razão de existir.      O anarquismo é uma teoria política que rejeita o poder estatal e acredita que a convivência entre os seres humanos é simplesmente determinada pela vontade e pela razão de cada um. É possível distinguir as correntes individualistas das correntes coletivistas no que se refere ao problema da propriedade privada.      O anarquismo recusa a reforma progressiva como meio de desenvolvimento do estado, o qual deverá ser fruto da destruição radical da ordem estatal, através da ação direta, que inclui os atentados (propaganda pela ação).      O anarqu

Socialismo

            Socialismo é mais um dos modos de produção (forma determinada em um dado momento histórico da humanidade de produzir-se a vida, suas variações significam formas diferentes de relação homem-natureza e homem-homem).             Socialismo também é a denominação genérica de um conjunto de teorias socio-econômicas, ideologias e práticas políticas que postulam a abolição das desigualdades econômicas entre as classes sociais, ou a completa abolição do conceito de classes. Incluem-se nessa denominação muitas correntes ideológicas, como o socialismo utópico, a social-democracia, o socialismo científico (socialismo marxista), o comunismo e o anarquismo.             As múltiplas variantes de socialismo partilham uma base comum que é a transformação do sistema econômico, baseado na propriedade privada dos meios de produção, numa nova e diferente ordem social. Para caracterizar uma sociedade socialista, é necessário que estejam presentes os seguintes elementos fundamentais: propried

Comunismo

              O Comunismo é um sistema econômico que nega a propriedade privada dos meios de produção. Num sistema comunista os meios de produção são socializados, ou seja, a produção da sociedade é propriedade da mesma.             No seu uso mais comum, o termo comunismo refere-se à obra e às idéias de Karl Marx e, posteriormente, a diversos outros teóricos, notavelmente Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo, Vladimir Lenin, Leon Trotsky, entre outros. Uma das principais obras fundadoras desta corrente política é "O Manifesto do Partido Comunista" de Marx e Engels.             A principal característica do modelo de sociedade comunal proposto nas obras de Marx e Engels é a da abolição da propriedade privada, e a consequente orientação da economia de forma planeada, embora algumas vertentes do socialismo e do comunismo, identificadas como anarquistas, defendam um socialismo baseado na abolição do estado. Tornam-se mais visíveis as diferenças entre estes grupos quando se sab

Capitalismo

Capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos. Decisões sobre oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo e os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas. O capitalismo é dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo. O capitalismo é o sistema sócio-econômico baseado no reconhecimento dos direitos individuais, em que toda propriedade é privada e o governo existe para banir a iniciação de violência humana. Em uma sociedade capitalista, o governo tem três órgãos: a polícia, o exército e as cortes de lei. Na lógica do capitalismo está o aumento de rendimentos. Estes tanto podem ser concentrados como distribuídos, sem que isso nada tenha a ver com a essência do sistema. Concentração e distribuição dos rendimentos capitalistas dependem muito mais das condições particulares de

Formas de governo

Entende-se por formas de governo o modelo institucional de administrar uma sociedade. Dessas formas originam as práticas governamentais, que são as características de cada governante. São formas de governo: a monarquia, o anarquismo e a república. E são práticas governamentais: o absolutismo, a democracia, o parlamentarismo, a aristocracia, o presidencialismo e o totalitarismo. A monarquia consiste no regime de governo de uma só pessoa, no caso, o rei. A troca de poder monárquico pode ser feita de forma hereditária (quando morre o pai, assume o filho) ou por indicação (se o rei não tiver filhos, indica um parente mais próximo, como sucessor). Agregado à monarquia temos o parlamentarismo que consiste em uma assembleia eleita pelo povo, com poder legislativo. Um Estado pode adotar como regime os dois modelos agregados, como é o caso da Inglaterra, governada por uma monarquia parlamentar, em que o poder é dividido entre o Rei e o Primeiro-Ministro. A república é o regime em que o govern

Limites da ciência

Com Karl Popper, os limites da ciência se definem claramente. A ciência produz teorias falseáveis, que serão válidas enquanto não refutadas. Por este modelo, não há como a ciência tratar de assuntos do domínio da religião, que tem suas doutrinas como verdades eternas ou da filosofia, que busca verdades absolutas. O melhor no velho filósofo, que se opôs ao nazismo e dedicou sua vida à defesa de boas causas, é que suas teorias se aplicam a elas próprias. Assim, se amanhã alguém redigir uma melhor definição de teoria científica, as ideias de Popper humildemente sairão de cena para tomar seu lugar na história da ciência. Entre as muitas virtudes que nossa ciência adquiriu dos grandes sábios que lhe deram grandeza, Popper nos mostrou uma ciência que se faz grande na virtude da humildade.

Falseabilidade

A possibilidade de uma teoria ser refutada constituía para o filósofo Karl Popper  a própria essência da natureza científica. Assim, uma teoria só pode ser considerada científica quando é falseável, ou seja, quando é possível prová-la falsa. Esse conceito ficou conhecido como falseabilidade ou refutabilidade. Segundo Popper, o que não é falseável ou refutável não pode ser considerado científico. As teorias da gravitação universal de sir Isaac Newton são científicas, por que além de se enquadrarem na definição ao propor equações simples que descrevem os modelos cósmicos gravitacionais, também é possível se fazer previsões acertadas com base nelas. E as teorias de Newton também são falseáveis. Tanto que o foram, quando Albert Einstein com sua Teoria da Relatividade demonstrou que a mecânica newtoniana não era válida em velocidades próximas à da luz.

Observação e teorização

Popper defendeu que, se a ciência se baseia na observação e teorização, só se podem tirar conclusões sobre o que foi observado, nunca sobre o que não foi. Assim, se um cientista observa milhares de cisnes, em muitos lugares diferentes e verifica que todos os cisnes observados são brancos, isto não lhe permite afirmar cientificamente que todos os cisnes são brancos, pois, não importa quantos cisnes brancos tenham sido observados, basta o surgimento de um único cisne negro para derrubar a afirmação de que eles não existiriam. Assim, qualquer afirmação científica baseada em observação jamais poderá ser considerada uma verdade absoluta ou definitiva. Uma teoria científica, no máximo, pode ser considerada válida até quando provada falsa por outras observações, testes e teorias, mais abrangentes ou exatos que a original.

Supervalorização da ciência

Supervalorização da ciência A combinação de fatores sócio-históricos gerou grandes distorções, como o fato de a ciência, tornada laica pelo iluminismo europeu, ganhar status religioso em doutrinas como o positivismo e outras, durante o século 19 e início do 20. É neste ambiente de supervalorização do progresso científico e de deturpação da natureza original da ciência que surge Karl Popper, que se tornaria o mais influente e respeitado filósofo da ciência entre os homens que a fazem nos dias de hoje. Austríaco de nascimento e britânico por opção, Popper é o autor da definição atualmente mais aceita de teoria científica: "Uma teoria científica é um modelo matemático que descreve e codifica as observações que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá descrever uma vasta série de fenômenos com base em alguns postulados simples como também deverá ser capaz de fazer previsões claras as quais poderão ser testadas." Com esta definição, a simplicidade e a clareza voltavam a ser v

Karl Popper: falseabilidade e limites da Ciência

Karl Popper nasceu em 1902, praticamente junto com o século 20. Nessa época, a ciência parecia ter atingido o auge do prestígio. A revolução industrial iniciada na Inglaterra do século 18 se fundamentou na divisão e organização do trabalho e nas novas tecnologias que aproveitaram as possibilidades abertas pela ciência determinista de Isaac Newton. A utilização maciça das aplicações técnicas do conhecimento científico produziu um período de progresso material acelerado, no qual a humanidade avançou mais em dois séculos neste campo do que nos quatro mil anos anteriores. Esse progresso acelerado colocou o conhecimento científico numa posição de destaque, que, no século 19, culminou no cientificismo, a crença de que tudo poderia ser explicado pela ciência, que deveria ser colocada acima de todos os outros modos do saber.

As contribuições de David Hume e Karl Popper para a Ciência

David Hume (1711-1776), filósofo escocês, criticou fortemente as bases da ciência e da filosofia. A partir do pensamento de John Locke (1632-1704), Hume levou o empirismo, isto é, a ideia de que todo o nosso conhecimento tem origem na experiência (nos cinco sentidos), até as últimas consequências. Para ele, se nosso conhecimento ocorre após a experiência significa que não podemos deduzir eventos futuros. Significa dizer que não há nada no mundo que garanta que as leis que regem o universo hoje serão as mesmas amanhã. Por mais que o homem observe há milênios o sol aparecer todos os dias, nada garante o seu aparecimento amanhã, e por isso a ciência não pode tomar suas conclusões como verdades absolutas. No século XX, o filósofo austríaco, Karl Popper (1902-1994) criticou a forma de fazer ciência a partir da indução, o método defendido por Bacon. Para Popper, o método indutivo não garante a validade de suas conclusões. Afirmou isso, pois não é possível ter acesso a todos os fatos parti

A preocupação com a Ciência ao longo da História

Historicamente, já na Grécia Antiga se pensava sobre a ciência. Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), por exemplo, escreveu sobre a origem da vida, afirmando a possibilidade de existir vida a partir de algo inanimado. A teoria da abiogênese (geração espontânea) que ele defendia perdurou por diversos séculos. Além da origem da vida, Aristóteles também se preocupou em elaborar um meio de estudar as espécies, sendo ele o primeiro a propor uma divisão do reino animal em categorias. No decorrer da história, a figura mais importante para a filosofia da ciência é Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês responsável pela base da ciência moderna, o método indutivo. A indução, método de a partir de fatos particulares chegar a conclusões universais, já existia, mas é Bacon o responsável por seu aprimoramento e divulgação. Após Bacon, muito se pensou e escreveu sobre a ciência, especialmente devido aos avanços e descobertas dos séculos seguintes. René Descartes desenvolveu seu método, houve as c

Filosofia da Ciência

Filosofia da ciência é a área da filosofia que pergunta sobre a ciência, de quais ideias parte, qual método usa, sobre qual fundamento e acerca de suas implicações. Apesar destes problemas gerais, muitos filósofos escreveram sobre algumas ciências particulares, como a física e a biologia. Não apenas se utiliza a filosofia para pensar sobre a ciência, como se utiliza resultados científicos para pensar a filosofia. Não existe determinada ciência que faça parte dos estudos da filosofia da ciência. As ciências naturais (ex.: biologia, química e física), formais (ex.: matemática, lógica e teoria dos sistemas), sociais (ex.: sociologia, antropologia e economia) e aplicadas (agronomia, arquitetura e engenharia) já foram objetos de estudos filosóficos.

Cultura na Filosofia

De acordo com a filosofia, a cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou o comportamento natural. É uma atitude de interpretação pessoal e coerente da realidade, destinada a posições suscetíveis de valor íntimo, argumentação e aperfeiçoamento. Além dessa condição pessoal, cultura envolve sempre uma exigência global e uma justificação satisfatória, sobretudo para o próprio. Podemos dizer que há cultura quando essa interpretação pessoal e global se liga a um esforço de informação no sentido de aprofundar a posição adotada de modo a poder intervir em debates. Essa dimensão pessoal da cultura, como síntese ou atitude interior, é indispensável. A cultura popular é algo criado por um determinado povo, sendo que esse povo tem parte ativa nessa criação. Pode ser literatura, música, arte etc. A cultura popular é influenciada pelas crenças do povo em questão e é formada graças ao contato entre indivíduos de certas regiões.

Cultura e mudanças

A principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo que é a capacidade, que os indivíduos tem de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais até que possivelmente uma evolução biológica. A cultura é também um mecanismo cumulativo porque as modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, onde vai se transformando perdendo e incorporando outros aspetos  procurando assim melhorar a vivência das novas gerações. O conceito de cultura organizacional remete para o conjunto de normas, padrões e condições que definem a forma de atuação de uma organização ou empresa. A cultura é um conceito que está sempre em desenvolvimento, pois com o passar do tempo ela é influenciada por novas maneiras de pensar inerentes ao desenvolvimento do ser humano.

Significado de Cultura

Cultura significa cultivar, e vem do latim "colere". Genericamente a cultura é todo complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade como membro dela que é. Cada país tem a sua própria cultura, que é influenciada por vários fatores. A cultura brasileira é marcada pela boa disposição e alegria, e isso se reflete também na música, no caso do samba, que também faz parte da cultura brasileira. No caso da cultura portuguesa, o fado é o patrimônio musical mais famoso, que reflete uma característica do povo português: o saudosismo. Cultura na língua latina, entre os romanos tinha o sentido de agricultura, que se referia ao cultivo da terra para a produção, e ainda hoje é conservado desta forma quando é referida a cultura do soja, a cultura do arroz etc. Cultura também é definida em ciências sociais como um conjunto de ideias

Diferenças entre Mitologia e Filosofia

A filosofia estuda os problemas relacionados ao conhecimento, existência e verdade. Somente após certas mudanças na sociedade como o invento da moeda e da democracia que o mítico passou a ser questionado e a maneira de pensar mudou os critérios, começando a dar ênfase para os argumentos mais racionais. A filosofia tem a conotação de conhecimento seguro, de verdade. As principais diferenças entre Mitologia e Filosofia são: - A Mitologia narra coisas passadas, não se importa com contradições e o incompreensível, e narra à origem através das rivalidades e alianças das divindades. - A Filosofia busca passar a ideia de como e por que do passado, presente e futuro, como as coisas são no todo, explica a origem das coisas por elementos e causas naturais, e não aceita explicações incompreensíveis, exige coerência e lógica.

Funções da Mitologia

Mitologia e filosofia são caminhos que buscam contar a origem do mundo e das coisas. Em certos momentos da história, a ideia de superar a mitologia era vista como uma evolução e que seguir a razão era o caminho certo. As diferenças de abordagem e metodologia são inúmeras, para começar a diferenciá-las é preciso saber o conceito de cada uma. Mitologia, ou conjunto de mitos, é a narrativa que explica a origem do mundo e da humanidade. O mito explica a origem das coisas no passado através de alianças e rivalidade entre divindades. Contém três funções: 1- a função explicativa, umas causas no passado em quais os efeitos permanecem; 2- a função organizativa que legitima um sistema de permissões e proibições; 3- a função compensatória que busca mostrar que os erros do passado foram corrigidos.

Senso Crítico

Estamos acostumados a ouvir a palavra senso em nosso cotidiano: bom senso, senso crítico, senso de humor, entre outras expressões. Mas já paramos para refletir sobre o que significa ter ou não ter senso? Qual a diferença entre senso comum e crítico? O senso comum está mais vinculado à população em geral do que o senso crítico, pois no senso comum existem muitas questões sobre a vida  que são simplesmente irrefletidas e que levam à alienação. Ele acaba por permear as classes menos abastadas, uma vez que ligada-se com a educação recebida e com a manipulação pelos meios de comunicação. Já o senso crítico, divergindo do senso comum, tem por base aquilo que é concreto: a pesquisa, a reflexão, a análise e a crítica. Culturalmente o senso crítico é muito mais aproveitável e bom para o indivíduo do que o senso comum. Isso deve-se ao fato de que ao utilizar o senso crítico o indivíduo passa a pensar e refletir e com isso aprimora suas capacidades intelectuais. Muitas vezes deixa-se de soluc

O conhecimento tácito

A palavra "tácito" é originada do latim tacitus  = não expresso em palavras. É a forma do conhecimento inerente a cada pessoa em particular, não sendo fácil sua transmissão através da fala ou escrita, mas sua existência é facilmente percebida na prática cotidiana. O conhecimento tácito  pode ser entendido como aquilo que uma pessoa é capaz de realizar com eficácia e que é adquirido com as experiências de vida dessa pessoa. Por estar vinculado diretamente às pessoas, o conhecimento tácito é  de difícil disseminação e de grande valor para as empresas modernas, que tem no capital humano, representado pela capacidade criativa dos funcionários, seu maior patrimônio. Tal conhecimento é estudado, dentro das empresas, por profissionais da área de Ciências Humanas, como Filosofia, Psicologia, Sociologia e Gestão de Negócios. A finalidade é tentar transformar o conhecimento tácito e conhecimento explícito, público, para que todos tenham acesso a ele. Mas a questão principal, como

O conhecimento pela Arte

O conhecimento proporcionado pela arte não nos dá o conhecimento objetivo de uma coisa qualquer, mas o de um modo particular de compreendê-la, um modo que traduz a sensibilidade do artista. Trata-se, portanto, de um conhecimento produzido pelo sujeito e pela subjetividade. Ao contrário da linguagem que é abstrata e por isso mesmo nos afasta do mundo vivido, a arte é o modo de conhecimento que nos insere novamente no mundo, necessitando, para se efetuar, da presença de obras concretas, individuais, que se apresentam no aqui e agora. A arte é uma importante maneira do ser humano marcar sua presença no mundo, criando objetos que oferecem uma interpretação da realidade tanto quanto uma frase. Em vez de dizer que as coisas são assim, o artista mostra, por meio da sua criação, que as coisas podem ser assim. A função da arte e seu valor não estão em copiar a realidade, mas sim na representação simbólica que um artista faz do mundo humano.

O conhecimento pela Filosofia

O conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do ser humano e por instrumento exclusivo do raciocínio. Como a Ciência não é suficiente para explicar o sentido geral do universo, o ser humano tenta essa explicação através da Filosofia. Filosofando, ele ultrapassa os limites da Ciência (limites esses que é delimitado pela necessidade da comprovação concreta) para compreender ou interpretar a realidade em sua totalidade. Mediante a Filosofia estabelecemos uma concepção geral do mundo. Assim sendo, o conhecimento obtido através da Filosofia é o conhecimento que se baseia no filosofar, na interrogação como instrumento para decifrar elementos imperceptíveis aos sentidos. É uma busca partindo do particular para o universal. Exige um método racional, diferente do método experimental (científico), levando em conta os diferentes objetos de estudo. Emergente da experiência, suas hipóteses assim como seus postulados, não poderão ser submetidos ao decisivo teste da observação.

O senso comum

O senso comum ou conhecimento espontâneo é a primeira compreensão do mundo, baseada na opinião, que não inclui nenhuma garantia da própria validade. Esse tipo de conhecimento era muito predominante antes do surgimento da filosofia grega. Para alguns filósofos, o senso comum designa as crenças tradicionais do gênero humano, aquilo em que a maioria dos homens acredita ou devem acreditar. A mais completa tradução do senso comum talvez sejam os ditados populares. A título de exemplo, eis alguns: "Cada cabeça, uma sentença." "Quem desdenha quer comprar." "Quem ri por último ri melhor." "A pressa é a inimiga da perfeição." "Se conselho fosse bom, não era dado de graça."

A ciência

Outra forma de conhecimento é através da ciência. O conhecimento científico procura descobrir como a natureza "funciona", considerando, principalmente, as relações de causa e efeito. Nesse sentido, pretende buscar o conhecimento objetivo, isto é, que se baseia nas características do objeto, com interferência mínima do sujeito. A definição tradicional de ciência pressupõe que ela seja um modo de conhecimento com absoluta garantia de validade. A ciência moderna já não tem a pretensão ao absoluto, mas ao máximo grau de certeza. Quanto à garantia de validade, ela pode consistir: - Na descrição, como por exemplo, fazer uma narrativa detalhada de algo que se observa; - Na demonstração, como no caso de um teorema matemático; - Na corrigibilidade, ou seja, na possibilidade de corrigir noções e conceitos, a partir dos avanços da própria ciência. Finalmente, é importante esclarecer que a aplicação da ciência resulta na tecnologia, ou no conhecimento tecnológico.

Mitologia e religião

O mito proporciona um conhecimento que explica o mundo a partir da ação de entidades - ou seja, forças, energias, criaturas, personagens - que estão além do mundo natural, que o transcendem, que são sobrenaturais. Assim como o mito, as religiões também apresentam uma explicação sobrenatural para o mundo. Para aderir a uma religião, é obrigatório crer ou ter fé nessa explicação. Além disso, é uma parte fundamental da crença religiosa a fé em que essa explicação sobrenatural proporciona ao homem uma garantia de salvação, bem como prescreve maneiras ou técnicas de obter e conservar essa garantia, que são os ritos, os sacramentos e as orações. Antes de seguir em frente, convém esclarecer que não vem ao caso discutir aqui a validade do conhecimento religioso. Em matéria de provas objetivas, se a religião não tem como provar a existência de Deus, a ciência também não tem como provar a Sua inexistência.

Experiência e tipos de conhecimento

Experiência é o ato de praticar, algumas ou várias vezes, determinada atitude visando sempre um aprendizado, gerando um conhecimento. Exemplo: eu coloco um copo d’água no congelador e aprendo que a água se transforma em pedra de gelo. Com isso, eu conheço a solidificação, que é a passagem do estado líquido para o sólido. Mas nem tudo é conhecido pela experiência. Há muitos modos de se conhecer o mundo e as coisas do mundo, e tudo depende da situação do sujeito diante do objeto do conhecimento. Ao olhar as estrelas no céu noturno, um índio caiapó as enxerga a partir de um ponto de vista bastante diferente do de um astrônomo. O caiapó vê nas estrelas as fogueiras que alguns de seus deuses acendem no céu para tornar a noite mais clara. O cientista vê astros que têm luz própria e que formam uma galáxia. O índio compreende e conhece as estrelas a partir de um ponto de vista mitológico ou religioso. O astrônomo as compreende e conhece a partir de um ponto de vista científico. A mitologi

De onde vêm nossas ideias

O filósofo inglês John Locke (1632-1704) afirmava que a mente é vazia de ideias, e que são as experiências que dão a ela todo o conhecimento necessário. Ele compara nossa mente a uma folha em branco, na qual serão nossas experiências do dia-a-dia que irão preencher essa folha. As fontes do conhecimento de onde brotam todas as nossas ideias são praticamente três: Através da experiência – Exemplo: eu coloco um copo d’água no freezer. Através da sensação – Em Filosofia, a palavra “sensação” tem a ver com nossos 5 sentidos. Exemplo: diante de um freezer aberto, sinto que ele é frio (através do tato). Através da reflexão – Exemplo: concluo que dali a algum tempo, aquela água se transformou em pedra de gelo.

Funções do intelecto humano

Diferentemente de nós, que somos seres racionais, os seres inanimados (sem vida, sem razão) não funcionam por si só, a não ser através da intervenção humana. Por exemplo: aparelhos como rádio e televisão captam o sinal pela antena ou pelo cabo; analisam e interpretam o sinal; em seguida transformam o sinal em imagem ou som. Porém, só interpretam o sinal dos canais. E toda essa “tecnologia” não existe por si só. Foi criada pelo ser humano, e graças à inteligência do ser humano. Por outro lado, nosso intelecto capta os sinais do mundo pelos 5 sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição. Analisa e interpreta as experiências. Depois de interpretá-las, transforma as experiências em ideias. Interpreta tudo o que aparece aos sentidos e pode experimentar outras coisas. Com isso, é possível saber como a nossa inteligência funciona, do mesmo modo que o técnico conhece o funcionamento de um aparelho de rádio ou de televisão. Para isso, existe a reflexão, que consiste em fazer a inteligênc

Corpo e alma em Aristóteles

Aristóteles foi um filósofo grego que viveu de 384 a.C a 322 a.C. Para ele, o conhecimento nasce do susto e da admiração. Quem se encontra em um estado de incerteza e de espanto, acredita ser ignorante. E assim, os homens começaram a filosofar para livrar-se da ignorância, por um amor ao saber e não por alguma necessidade prática. O intelecto em Aristóteles surge da relação entre a alma e o corpo. Alma e corpo não são entidades separadas. A alma é “causa e princípio do corpo vivo”. Suas manifestações como coragem, doçura, temor, piedade, audácia, alegria, amor e ódio apresentam-se através do corpo. A alma coordena as funções vitais do organismo que são: sensações, afeições e atividades, sensibilidade e entendimento. O homem é uma unidade substancial de alma e de corpo, em que a primeira cumpre as funções de forma em relação à matéria, que é constituída pelo segundo. O que caracteriza a alma humana é a racionalidade, a inteligência, o pensamento, pelo que ela é espírito. Mas a alma h

Conceitos de Intelecto, Reflexão Crítica e Cidadania

Três conceitos freqüentemente usados na Filosofia são: intelecto, reflexão e cidadania. Veremos a seguir as características deles: -Intelecto: é a parte da nossa razão responsável pela capacidade ou técnica para pensar. O intelecto é a própria inteligência que processa e cria conhecimentos, e é a capacidade humana que permite reflexão, planejamento, avaliação e conceituação. -Reflexão crítica: é o método de pensamento que permite analisar relações nem sempre aparentes em um processo. É também um questionamento a respeito de relações que produzem determinada ação, processo, objeto ou que dela derivam. -Cidadania: é um conceito que recebe diferentes conotações ao longo da história da humanidade. Cidadania na antiguidade grega difere de cidadania para a sociedade europeia do século XVIII. Cidadania na sociedade contemporânea também assume conotação específica. Hoje, “cidadania” é definida como sendo a condição de quem vive em sociedade política permeada de justiça e liberdade.

O que perguntavam os primeiros filósofos

A Filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, é um fato tipicamente grego. Evidentemente, isso não quer dizer, de modo algum, que outros povos, tão antigos quanto os gregos, como os chineses, os hindus, os japoneses, os árabes, os persas, os hebreus, os africanos ou os índios da América não possuam sabedoria, pois possuíam e possuem. Quando se diz que a Filosofia é um fato grego, o que se quer dizer é que ela possui certas características que são completamente diferentes das características desenvolvidas por outros povos e outras culturas. Os primeiros filósofos, como vimos, procuravam cada vez mais dar uma explicação racional à realidade, fugindo cada vez mais das explicações mitológicas. O que eles mais questionavam eram: “Por que os seres nascem e morrem?”, “Por que tudo muda?”, “Por que a doença invade os corpos”, “Por que nada permanece idêntico a si mesmo?” Sem dúvida, a religião, as tradições e os mitos exp

O que é Filosofia e para que serve

A palavra Filosofia vem do grego. Literalmente, ao pé da letra, significa “amor à sabedoria”. Filo = amor Sofia = sabedoria. Mas a definição clássica foi dada no século 18, pelo filósofo alemão Emanuel Kant, o qual definiu a Filosofia como “o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana.” Podemos, com isso, concluir de imediato que a principal ferramenta da Filosofia é a razão. Sem o devido uso da razão, ficará impossível pensar, indagar, questionar, enfim, ficará impossível filosofar. E esse devido uso da razão serve exatamente para a felicidade humana, para a nossa felicidade. A verdadeira pessoa feliz não é aquela que faz o que bem quer. Pois se em tudo na vida fomos fazer o que bem queremos, sem o devido uso da razão, iremos prejudicar a nós mesmos e também prejudicar as demais pessoas com as quais nos relacionamos. Já quem usa a razão, quem raciocina, quem pensa antes de agir, será

Introdução ao estudo de Filosofia

Imagine que você acorde de manhã cedo, abre a janela do seu quarto, olha lá fora, observa que tudo está molhado e que o ar está úmido. Sem muito esforço, você pensa: “Opa, choveu!”. Vamos supor ainda que seus amigos comentem com você que no próximo final de semana vai haver uma festa. Você chega à sua mãe, e ela não te autoriza a ir. Obviamente, você não se conforma com um simples “não”. Imediatamente você questiona sua mãe sobre o “porquê”, sobre o motivo que levou sua mãe a não te autorizar a ir à festa. Nesses dois exemplos, sem perceber, você filosofou. Ou seja: no primeiro exemplo, você não se contentou apenas com uma simples observação. Através da observação, você usou dos seus conhecimentos já adquiridos para concluir que se tratava de uma paisagem pós-chuva. Já no segundo exemplo, você não se contentou com uma simples resposta negativa: você quis saber a causa e o motivo que levou sua mãe a dar tal resposta. Filosofia é isso! A Filosofia sempre usará a razão, o pensament