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Mostrando postagens de outubro, 2015

Alienação moral

Alienação moral é uma atuação manipulada do pensamento que ocorre na mente das pessoas que não conseguem mais pensar por si próprias, mas sim pelo o que os outros ou a mídia dita. Isto significa que o indivíduo perde a capacidade de raciocinar criticamente. Uma pessoa alienada moralmente é aquela que age sem saber dos seus direitos e aceita tudo passivamente sem questionar. Seus valores morais são aqueles que são transmitidos em novelas, isto porque essas pessoas estão tão dominadas que perderam o senso crítico. Um alienado moralmente é uma pessoa que vive mas não dá importância para o que se passa no mundo. Algumas pessoas são tão alienadas moralmente que não sabem nem mesmo a situação que nosso país está vivendo. O governo e a mídia são os principais agentes da alienação moral de massa. As brechas para que alienação moral aconteça são: -  quando há o individualismo e recusa do outro. -  quando há condutas massificadas. Numa situação de alienação moral, a autonom

Condutas massificadas

Conduta massificada é a eliminação das desigualdades entre os seres humanos, através da sua transformação numa massa genérica e cinzenta, de uniformidade anônima, por exemplo: todo mundo quer passar suas férias na Itália, todos se vestem como todo mundo, inclusive todos pensam, sentem, fazem o mesmo no trabalho e no tempo livre, em seu ambiente social e político. Conforme sabemos, o século XX foi marcado pelo desenvolvimento de duas poderosas armas modernas: a propaganda e publicidade. A primeira foi largamente utilizada pelos regimes totalitários para mobilizarem populações para atingirem os objetivos a que se propunham. A segunda é largamente utilizada para a promoção e venda de produtos para grandes massas de consumidores. Em ambas as situações constata-se o mesmo fenómeno: os indivíduos são despersonalizados, tratados como meros elementos de enormes massas de apoiantes ou consumidores de algo que lhes é impingido. A conduta massificada nos mostra claramente que somos induzid

A "sujeição do indivíduo" segundo Michel Foucault

Michel Foucault nasceu em Poitiers, na França (15/06/1926) e morreu em Paris (25/06/1984). Graduou-se em Filosofia e estudou também psicologia, história e medicina. Para Foucault, no que tange ao ser humano,  o problema do desejo versus objeto de controle são o cerne da questão da subjetividade. É o de "cuidado" de si emancipado o sistema disciplinar. Foucault renega os modos tradicionais de analisar o poder e procura realizar suas análises não de forma dedutiva e sim indutiva, por isso passou a ter como objeto de análise não categorias superiores e abstratas de análise tal como questões do que é o poder, o que o origina e tantos outros elementos teóricos, voltando-se para elementos mais periféricos do sistema total, isto é, passou-se a interessar-se pelos locais onde a lei é efetivada realmente. Hospitais psiquiátricos, forças policiais, etc. são os locais preferidos do pensador para a compreensão das forças reais em ação e com quais devemos realmente nos preocupar, c

“Tornar-se indivíduo” segundo Paul Ricoeur

Paul Ricoeur (1913-2005) foi um filósofo francês do período que seguiu a II Guerra Mundial. Além de filósofo, foi pesquisador na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Para ele, o indivíduo possui duas dimensões:  (1) como membro de uma sociedade (2) ser independente e autônomo, a que ele denomina “sentido moral”. Enfim, para ele o ser humano é um indivíduo autônomo e independente. Paul Ricoeur questiona o processo de individualização. Como nos individualizamos? Nos individualizamos através da LINGUAGEM. A LINGUAGEM é o ponto de partida; por meio dela nos expressamos e dizemos o mundo, ou seja, é a uma forma de colocar para fora aquilo que pensamos. Através da linguagem o ser humano é capaz de dizer o indivíduo de três formas: I. DESCRIÇÕES DEFINIDAS: existe um entrecruzamento de categorias para designar um indivíduo “O executivo que sempre compra o jornal de esportes” EXECUTIVO: de todos os executivos nos referimos ao que sempre compra o jornal de esportes. J

Características do indivíduo utilitarista

O homem é um ser livre quando desenvolve sua intelectualidade, sendo capaz de fazer escolhas éticas (morais). Os seres humanos não passam a viver em sociedade pela instituição de um contrato, pois o contrato não pode ser provado historicamente e também se houvesse um contrato todos seriam iguais. Para os utilitaristas o homem tem necessidade de vivenciar seus desejos tendo como finalidade o prazer. O principal é a busca do prazer, para evitar o sofrimento. Visão utilitarista O homem é um ser que tem necessidade de viver seus desejos, e seu fim é: ter esses desejos com prazer. E para ajudar os seres humanos a alcançarem o máximo prazer, foi cogitado criar uma ciência moral (ética) tão exata quanto à matemática, tentando  ser preciso como um  ponteiro  de  um  relógio,  na  busca  do  prazer  e  diminuição da dor e do sofrimento. O prazer como finalidade hedonista deve  ser  compartilhado  na  vida  social, ou seja, em sociedade (característica principal). Também

Introdução à Teoria do Indivíduo

Por definição, "Indivíduo é alguém que se autodetermina segundo seu pensar e sua vontade; alguém autônomo e soberano." Na filosofia, na Idade Moderna, muitos foram os filósofos que se preocuparam com o excesso de individualismo que estavam tomando conta da sociedade, devidos ao novo contexto político e econômico da época. Vejamos os principais filósofos e suas principais contribuições. O INDIVÍDUO SEGUNDO JOHN LOCKE O filósofo inglês John Locke (1632-1704) é um dos defensores do empirismo inglês (corrente filosófica que defende que nascemos como uma tabula rasa “folha em branco” e adquirimos o conhecimento a partir da experiência). Locke e outros filósofos contratualistas (Hobbes e Rousseau) pensavam a vida do homem em sua origem, o que eles denominavam de estado de natureza. Segundo John Locke no estado de natureza o ser humano é livre, as pessoas não dependem da vontade dos outros homens, vivem em situação de igualdade, pois recebem as mesmas vantagens da natur

Requisitos essenciais para um comportamento ético

Conforme sabemos, ética é   um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. Mas na prática, no nosso dia-a-dia, como isso funciona? Sabemos que de modo geral, um mesmo comportamento pode variar de acordo com a cultura local, e também de acordo com o tempo. Por exemplo: na antiga Assíria, o incesto era algo normal e aprovado tranquilamente pela sociedade. Já hoje em dia, tal prática é extremamente abominável em praticamente todas as regiões do planeta.  Mas na prática, é importante frisarmos que antes de contextualizarmos este ou aquele comportamento, existem dois requisitos essenciais que norteiam todo e qualquer comportamento de modo universal: 1- Eu me fazer feliz. 2- Eu fazer o outro feliz. Se faltar ao menos um desses dois requisitos, já não é um comportamento ético. Assim sendo, toda ação humana, seja ela pública ou pr

Liberdade e Autonomia

Os conceitos de “liberdade” e “autonomia” não são sinônimos, ainda que, do ponto de vista ético racionalista, o exercício da autonomia  tenha como uma de suas precondições a liberdade. O conceito de liberdade é mais amplo em termos existenciais, sendo uma condição humana, conforme o pensamento de Sartre. Segundo este, não há para nós, seres humanos, como “escapar”, fugir ou recusar a liberdade: ela é nossa “condenação”. Mas, em que sentido essa afirmação pode ser compreendida? No contexto do pensamento sartreano (oriundo do filósofo Jean Paul Sartre), nós estamos absolutamente a sós (ausência de Deus), não existindo nada que nos determine. Aquilo que somos ou seremos é sempre resultado de todas as nossas experiências de vida: “o ser humano  não é mais que o que ele faz” (SARTRE). Isso não significa a existência de alguma forma de “determinismo” agindo sobre os indivíduos, mas no como nós respondemos às circunstâncias da vida cotidiana: “O importante não é aquilo que fazem de nós,

Dúvida Filosófica

Você consegue lembrar alguma questão, alguma dúvida para a qual nunca conseguiu uma boa resposta? Qual seria? Quais são as respostas mais comuns a essa questão? Por que para você as respostas não são satisfatórias? É nos momentos críticos de quebra e estranhamento que costumam surgir dúvidas sobre temas fundamentais e permanentes da existência humana, dos quais trata a filosofia. Isso significa que nem todo tipo de dúvida é filosófico. Por exemplo: "Quem será o campeão brasileiro de futebol deste ano?"  não é uma dúvida filosófica, e sim uma simples especulação sobre algo que está para acontecer, por mais angustiado que se sinta o torcedor com essa questão. Pode ser um bom exercício teórico discutir com colegas ou especialistas as possibilidades de seu time do coração em comparação com as de outros, para saber suas opiniões. Mas a resposta a esse tipo de dúvida virá da prórpia sucessão dos acontecimentos (ou jogos) ao longo do tempo (ou do campeonato), tornando-se um fat

Somos seres pensantes

Somos seres racionais e, como tal, somos seres pensantes, capazes  de compreender a nossa existência e, mais ainda, agir conforme as nossas escolhas éticas. Nesse sentido, a filosofia cartesiana (oriunda do filósofo René Descartes) do “eu penso” nos ajudará na construção do sujeito ético, pois a compreensão de nossas ações, bem como a construção de relações sociais de acordo com referências democráticas, por exemplo, exigem reflexões que se fundamentam em nossa capacidade de cogitar, isto é, de questionar o que vivemos e o que desejamos viver. Daí a importância do uso do pensamento. Como pensamos? Há várias maneiras de dividir as atividades do intelecto. A tradição filosófica aponta a seguinte: juízo, percepção e razão. Juízo = Atividade intelectual de escolha, avaliação e decisão. Questões éticas:  Qual o critério ou a regra dos nossos juízos? Porque escolhemos isto ou não aquilo? Porque achamos mais importante isto e não aquilo? Etc... Percepção = É o exame das sensa

Racionalismo e Empirismo

Conforme sabemos, na Idade Moderna o problema não foi saber se as coisas são ou se as coisas existem, mas se nós podemos eventualmente  conhecê-las. Portanto, foi mais que normal surgirem questionamentos como: “o que é possível conhecer?”, “qual é o critério de certeza para saber se há adequação entre o pensamento e o objeto?” As soluções apresentadas a esse impasse deram origem a duas correntes filosóficas, uma com a ênfase na razão, outra nos sentidos. O racionalismo e o empirismo. O racionalismo é uma teoria filosófica que dá a prioridade à razão, como faculdade de conhecimento relativamente aos sentidos. Principais filósofos racionalistas: René Descartes, Baruch Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz Empirismo é um movimento que acredita nas experiências como únicas, e são essas experiências que formam idéias. O conhecimento científico somente ocorre quando a sabedoria é adquirida por percepções. Principais filósofos empiristas: Francis Bacon, John Locke e David Hume.

A revalorização do ser humano na Idade Moderna

Chamamos modernidade ao período que se esboça no Renascimento (séc.XVI), desenvolve-se na Idade Moderna e atinge seu auge na Ilustração, no século XVIII. O paradigma de racionalidade que então se delineia é o de uma razão que liberta de crenças e superstições, funda-se na própria subjetividade e não mais na autoridade, seja do poder político absoluto, seja da religião. De fato, estava sendo gestado um novo período da história ocidental, com mudanças em amplo espectro: sociais, políticas, morais, literárias, artísticas, científicas, religiosas e também filosóficas. No  plano socioeconômico , caracteriza-se pela passagem do feudalismo para o capitalismo, relacionada com o florescimento do comércio, o estabelecimento das grandes rotas comerciais, o predomínio do capital comercial e a emergência da burguesia. No  plano político , observa-se a centralização do poder político nas  mãos dos reis e a formação dos primeiros Estados nacionais modernos (Portugal, Espanha, França e Inglater

O homem é o lobo do homem

"O homem é o lobo do homem" é uma frase tornada célebre pelo filósofo inglês Thomas Hobbes que significa que o ser humano é o maior inimigo do próprio ser humano. Esta afirmação apresenta a transfiguração do ser humano como um animal selvagem,. Consiste em uma metáfora que indica que o ser humano é capaz de grandes atrocidades e barbaridades contra elementos da sua própria espécie. A frase original é da autoria do dramaturgo romano Platus e faz parte de uma das suas peças. Em latim, esta frase é traduzida como homo homini lupus. No entanto, esta frase ficou mais conhecida por estar incluída na obra intitulada Leviatã, da autoria de Thomas Hobbes que foi publicada em 1651. Neste livro, Thomas Hobbes argumenta que a paz civil e união social só podem ser alcançadas quando é estabelecido um contrato social com um poder centralizado que tem autoridade absoluta para proteger a sociedade, criando paz e uma comunidade civilizada. É possível concluir que o ser humano tem um gr

O que é Ética e Moral

No contexto filosófico,  ética e moral possuem diferentes significados . A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade. Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do Grego “ethos”  que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino  “morales”  que significa “relativo aos costumes”. Ética é  um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. Moral é  o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. No sentido prático, a finalidade

Participação política

A participação política envolve a possibilidade dos cidadãos de influenciar de forma efetiva as políticas locais, regionais, nacionais e internacionais.  A participação política refere-se ao grau em que os cidadãos exercem os direitos políticos que lhes estão consagrados constitucionalmente, e tem tudo a ver com o número de pessoas que votam nas diferentes eleições, bem como ao número de pessoas filiadas em partidos políticos, ao número de pessoas que participam em eventos políticos e ao número de organizações ou movimentos cívicos que têm ações politicamente relevantes.  O conceito de participação política refere-se, essencialmente, aos regimes políticos democráticos. Os distintos graus de participação política permitem, por sua vez, falar de distintas culturas políticas mais ou menos participantes.  Uma das finalidades da democracia é a participação do povo, que tem no voto a sua principal forma de demonstração política.