Os sofistas

Os sofistas foram os primeiros filósofos do período socrático. Em ordem histórico-cronológica, os sofistas situam-se entre os pré-socráticos e Sócrates. Eles se opunham à filosofia pré-socrática dizendo que os pré-socráticos ficavam demasiadamente atados aos elementos e fenômenos da natureza, além de ensinarem coisas contraditórias e repletas de erros que não apresentavam utilidade nas pólis (cidades). Dessa forma, os sofistas substituíram a natureza, que antes era o principal objeto de reflexão, pela arte da persuasão.

O sofista era aquela pessoa que, filosoficamente falando, usava a arte da retórica e da argumentação no sentido de defender seus interesses e ideias e, acima de tudo, convencer. Para um sofista, pouco importa a verdade ou a validade do mérito da questão. Importa, isso sim, a riqueza de seu discurso e da sua persuasão, tendo sempre como finalidade o "fazer valer" a ideia que ele está defendendo. Exemplo prático: se um sofista tem interesse em defender a ideia de que uma madeira é uma pedra, ele utilizará de um discurso e de uma argumentação requintados para tal, até conseguir convencer um maior número possível de pessoas.

Os sofistas ensinavam técnicas que auxiliavam as pessoas a defenderem o seu pensamento particular e suas próprias opiniões contrárias para que, dessa forma, conseguissem seu espaço. Por desprezarem algumas discussões feitas pelos filósofos, eram chamados de céticos até mesmo por Sócrates, que se rebelou contra eles dizendo que desrespeitavam a verdade e o amor pela sabedoria. Outros filósofos ainda acreditavam que os sofistas criavam no meio filosófico o relativismo e o subjetivismo.

Dentre os sofistas, pode-se destacar: Protágoras, Górgias, Hípias, Isócrates, Pródico, Crítias, Antifonte e Trasímaco, sendo que destes, Protágoras, Górgias e Isócrates foram os mais importantes. Estes, assim como os outros sofistas, prezavam pelo desenvolvimento do espírito crítico e pela capacidade de expressão. Uma consequência importante que se fez pelos sofistas foi a abertura da filosofia para todas as pessoas das polis que antes era somente uma seita intelectual fechada formada apenas por nobres.

Protágoras difundiu a frase: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”. Por meio dela e de outras, foi acusado de ateísta tendo seus livros queimados em praça pública, o que o fez fugir de Atenas e refugiar-se em Cilícia.

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